25/10 - Reykjavik

Consegui!
A panturrilha, agora, depois da prova, está até um pouco menos dolorida, sinal de que segue sua cicatrização, sem ter sido novamente forçada por mais quase 5 horas correndo. Eu teria sobrevivido sem as luvas e o gorro duplicados e a preços islandeses, mas admito que me deram mais conforto durante a corrida. Missão cumprida, recorde batido, 5 maratonas em uma viagem! Como deste número não tenho como passar, talvez daqui pra frente possa montar os roteiros com uma ou duas maratonas no meio, mas sem engessá-lo tanto para correr todo fim de semana.

E que bom que não escutei os apelos de toda a garotada lá na sauna gay, preocupadíssima com perder o acesso às estrias sexies de meu busanfã. A inconsequência e a irresponsabilidade têm suas recompensas. Se eu tivesse escutado a voz da razão, teria parado de correr já lá no meio de prova de Mallorca. Como dizia Guimarães Rosa, a vida, o que ela quer da gente, é coragem! É como olhar a piroca daquele negão lá no swing e engasgar, dizer pra si mesmo que isto está além da sua capacidade, mas então respirar fundo, morder o dedinho, e falar "vem!".


A corrida foi realmente bem artesanal, como se o zelador lá do prédio, na folga dos préstimos sexuais que empenha àquela velha do 73, tivesse decidido organizá-la. Só uns 40 maratonistas, uns duzentos e pouco correndo a meia. Então, desde o começo, foi praticamente como um treino, correndo basicamente sozinho, cruzando com com um ou outro participante eventualmente. A temperatura ficou lá pelos 3 graus, não choveu, o sol até deu uma aparecidinha de uns 5 minutos. O tempo foi lastimável, 4h50. Difícil de explicar, dado que a perna não doeu durante o percurso, e o frio favorece um bom desemprenho. Talvez o peso adicional deste monte de roupas, encharcadas de suor. Mas já que havia uma considerável possibilidade de nem mesmo conseguir correr a prova, ainda saí no lucro. A volta pro hotel, neste temperatura e ensopado de meu próprio futum, foi bem desagradável, mas não cheguei a ter aqueles tremores quebra-queixo.

Como havia vestido uns 4/5 de tudo o que trouxe na mochila, o banho depois foi extenuante, haja braço pra esfregar e torcer tudo aquilo embaixo do chuveiro. Deu tempo pra assistir à premiére da ópera Ragnarok, de um cara islandês aí, a um preço violento e apresentada, lastimavelmente, um uma versão de concerto, com os caras somente cantado pro nada e acompanhamento de apenas um piano. Coisa dissonante e esquisita, mas com um tempo escutando deu até pra pegar o jeitão e achar interessante.

Em seguida, fomos a um restaurante com um conceito simpaticíssimo: por 3000 coroas, você compra uma sopa, e tem direito a repetir quantas vezes quiser, qualquer uma das 3 variedades disponíveis e também pode se servir de waffles grátis. Tomamos a sopa de cordeiro, e estou arrotando sopa de tomate até agora.


E, para arrematar um dia bem-sucedido, voltamos para o hotel embaixo de neve!




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