05/10 - Košice

Ao sair do hotel hoje pra filar mais ônibus sem pagar, vimos que havia chovido à noite. O dia permaneceu nublado o tempo todo, o que contribuiu para uma corrida menos bonita, mas a temperatura de 7⁰, não tão insuportável com o corpo quente do exercício, provavelmente ajudou no desempenho na prova. A esta altura, as poças de água restantes não eram muitas, e não comprometeram significativamente as pisadas.


Ao contrário da primeira corrida, esta foi bem urbana, suburbana no máximo. Preguiçosa, consistindo em duas voltas, o que tampouco foi ruim. Se fosse uma só, seu trajeto teria tido que se prolongar muito para fora da cidade, e passar pela segunda e última vez na vida por um mesmo local no interior da Eslováquia é bastante aceitável.

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Em todas as estações de apoio, as mesmas coisas: isotônico aguadinho, banana, uns torrões de barrinha de proteína e umas mentinhas. Como eu havia dito, a maratona é uma coisa importante pra cidade. A ponto de o trajeto da corrida ser pintado no chão das ruas com tinta permanente.
Desta vez, não fiz paradinha para o banheiro, e consegui fechar em 4h20! Ainda longe de meu auge, que a idade já deixou para trás, mas no centro de minha meta atual, mais decrepitamente realista...

Náo apenas na repetição do trajeto e na friaquinha esta corrida teve semelhança com a de Jyväskylä. Ao final dela também nos foi facultado acesso ao centro aquático da cidade. Não chega a ter a pujança daquele outro, e tampouco tem uma sauna, mas seus imensos corredores de armários e centenas de chuveiros alinhados no vestiário me reavivaram a saudade daquele primeiro. A região dos armários era mista, assim como a piscina, apenas os chuveiros tinham separação por sexo. Eu, todo caipirão, encafifado com se deveria tirar as roupas perto da saborosa jovem moça na minha frente, e da já bem pouco saborosa senhora ao meu lado. Depois descobri que havia também cabines para a troca de roupas. Não vi ninguém entrando ou saindo delas, mas suponho que seja lá que a nudez acontece.


E Hannibal, traumatizada por todos os episódios de delinquência da qual tem sido feita cúmplice involuntária, desenvolveu o ritual de comprar condicionadores de cabelo caros, apenas para serem apreendidos dois ou três dias depois, no próximo aeroporto. O que acontecerá de novo amanhã. Para tentar salvar ao menos parte de sua preciosa gosma, teve a ideia de comprar também um conjunto não menos barato de sabonete, xampu, sais de banho, ou melecas semelhantes, para aproveitar os frasquinhos. Geralmente a gente compra um produto, e a embalagem ao redor dele é meramente incidental. Hannibal inventou a inversão do conceito: compra a embalagem, e o que está dentro dela é mero transtorno a ser descartado.


Ah, sim,  hoje, pela primeira vez, a merda do relógio chinês não travou!

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