06/10 - London
Pagar pra andar de ônibus em Kosice é complicado, amiguinhos... Não dá pra pagar no veículo, ou se compra o bilhetinho em papel nas maquininhas nos pontos de bonde, mas não nos de ônibus, ou se baixa um aplicativo, cadastre-se uma conta, e abastece-se o cartão virtual com um mínimo de € 5, o que não nos interessava porque dois bilhetes pro aeroporto custariam 2,20. Então, por mais uma derradeira vez fomos andar de bumba sem pagar, e dois, ainda, porque tinha que baldear. Com os cus tão apertados que pinçavam nossas amígdalas, olhando pela janela para, se entrasse algo semelhante a um fiscal, assumindo que eles não trabalhasse à paisana, descer correndo do veículo. Mas nada aconteceu.
No aeroporto, finalmente uma sala vip vazia! Tão vazia que fomos os primeiros a entrar nela, a mocinha veio abrir a porta quando já aguardávamos em sua frente. Nada muito genial para comer, só aqueles croissants industrializados de supermercado.
No embarque, o novo cagaço, de implicarem com as dimensões das mochilas, cada vez mais obesas devido à profusão de cremes, presentinhos, medalhas, roupas, cortadores de grama, bichinhos de pelúcia roubados e uma dúzia de comidas que aproveitei pra embolsar lá na sala vip. Mas também não criaram dificuldades na hora do embarque.
Exceção nesta viagem, não houve problema com a decolagem do avião e ao chegar em Luton, o aeroporto mais distante dos cinco ao redor de Londres, uma grata e inesperada surpresa: um fiscal da imigração boa gente, brincalhão, tentando falar português, zero assédio, ao contrário da postura sempre um pouco mais áspera que frequentemente encontrei por aqui.
Ah, Londres... Onde já estive mais vezes do que na cama da vizinha do 92... E em nenhuma delas me hospedei com conforto. Inicialmente eram os dormitórios de albergues, um deles, inesquecível, com triliches e um sujeito cujo ronco se aproximava orgulhosamente do da Hannibal. Depois, quando passei a conseguir bancar um quarto individual, sempre aqueles predinhos estreitinhos, com escadinhas só menos íngremes do que as de Amsterdã, quartinhos simples e pequenos, banheiros coletivos meio nauseantes no corredor. O chuveiro pelo menos tinha água quente. De todas as cidades visitadas até agora, é a mais setentrional, e portanto me desapontou que esteja sendo a mais quente. Fez hoje ao redor de 20º, e passamos ao dia todo carregando nos braços os desnecessários agasalhos de frio. O quarto do hotel é ainda mais quente, mais um pouquinho e dava pra dormir sem camisa. Mas pelo menos foi um dia de sol firme. Não pegar chuva em Londres não é banal.
Depois de uma passadinha no Museu de Ciência, porque era de graça, uma tradiçåo nem um pouco gratuita londrina, o musical! Não tinha nada muito genial sendo apresentado, ao contrário do ano passado, quando, além daqueles para os quais tínhamos ingressos, passamos por um teatro que estava apresentando uma montagem do Rocky Horror Show, ao qual, por falta de ingresso ou tempo, não me lembro, não deu pra assistir.
Então vamos lá, fazer o que, Hercules! Mais um exemplar típico desta tendência atual de transcrever um filme ou desenho para uma montagem musical. Ano passado foi o De Volta Para o Futuro. Não assisti o desenho, já não tenho idade para isto. No máximo, escuto a trilha sonora. No caso, de um sempre não desprezível Alan Menken. Apesar de ter comprado os ingressos mais baratinhos, como sempre, os lugares eram bacanas, foi um bom custo-benefício. O que a montagem de Kosice tentava fazer com uma certa alegria e amor à arte para compensar as razoáveis restrições orçamentárias esta faz na força bruta da superprodução.
O banho no hotel foi meio nojentão, tinha água quente, regalia que nem sempre foi indiscutível em Londres, mas daqui a uns dois dias as micoses darão sinal de vida.
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