07/10 - London


O dia começou nublado. Pensei comigo: não escaparei da chuva londrina hoje. Mas não, não só o tempo permaneceu mais cinzento (o que tem mais cara de Londres) e agradavelmente friozinho, como depois se firmou, com algum sol. 


Partimos na correria para não atrasar para a walking tour em Camden, apenas para descobrir que eu havia feito cagada sei lá como, e chegado uma hora antes do horário previsto. Aproveitamos para comprar uma espécie de cabresto bucal para Hannibal numa farmácia, com a perspectiva de que, se funcionar, está noite os pobres hóspedes de nosso hotel fuleiro e o resto do moradores do quarteirão consigam uma noite honesta de sono, e para descobrir que, para trocar uma nota de £ 10 de papel que eu tinha fazia décadas por uma atual de plástico, só indo até a sede do Bank of England. Basicamente, dancei.

Depois da incontornável fuga sem pagar pela caminhada, comemos lá por Camden mesmo. Mas teria dado pra contar como uma refeição apenas as amostras grátis que as barraquinhas de comida oferecem aos transeuntes. Lembrou-me de minha feliz noite num supermercado de Seul, com dezenas de amostras sendo oferecidas em stands a cada corredor.



Depois de dar uma passadinha no British Museum, saturado daquelas relíquias antigas maçantes, fomos á nossa segunda walking tour! Porque caminhada é que nem mulher, melhor do que ter uma no dia é ter duas! A segunda também em espanhol, pra facilitar a vida  da Hannibal e também porque era o que tinha. Novamente fugimos desta, mas a fuga, mesmo pagando, seria inevitável, porque tínhamos compromisso logo mais... Pensei até em dar pro cara a minha inútil nota de papel, mas era um daqueles sugerem o valor da gorjeta no início, então nem dinheiro inútil mereceu.



E assim como a Ana Paula Arósio tem sabor de Toddynho, Londres tem sabor de musical, então fomos a mais um. Para finalmente quitar uma dívida histórica comigo mesmo. Desde 2011 ou 2012, quando parte de minha ida aos Estados Unidos para férias acintosamente curtinhas de uma semaninha em Nova Iorque teve a ver com tentar assistir a este espetáculo. Tudo lotado, nem os ingressos mais caros restando para vender. Duas vezes por dia o teatro organizava uma loteria de uns 4 ingressos entre as pessoas se acotovelando lá na porta, por uma fortuna, para assistir em pé ali no balcãozinho. E parávamos tudo para ir lá pra frente do teatro de manhã e à tarde, obviamente nunca tendo sido sorteados, porque a única coisa que a vida te dá assim meio no susto é linfogranuloma venéreo. 

Agora, quase década e meia depois, assisto finalmente à peça com ingressos comprados. Os mais baratinhos, mas com uma boa visão também, como ontem. Depois de já ter visto uma versão pirata na internet (nem só pornografia infantil clandestina ou fake news se encontra por lá...). 13 anos depois da estréia em Londres, no mesmo teatro, e ainda não havia um único assento vazio.


E, pra terminar, uma passadinha na Outernet London, porque tem coisas que são como a esposa do síndico do prėdio que viaja muito: a gente volta sempre que tem oportunidade.


E agora o relógio chinês resolveu apagar, mesmo ainda tendo alegados 35% de carga. O mesmíssimo problema do relógio chinês anterior. Depois dizem que oriental não é tudo igual.



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