15/10 - Marseille


Hoje, depois de brincar com o onipresente cachorro meio fedido e provavelmente deprimido de nossa anfitriã, saímos para o dia de visita a museus, quase todos gratuitos, quase todos de conteúdo meio desinteressante. A boa surpresa foi onde os de história natural e o das tediosas belas artes estava: na entrada do parque da cidade, com um pórtico mais imponente do que o de cassinos de Las Vegas, e que conseguiu arrancar de mim uma rara expressão de assombro semelhante a de virar a esquina e me deparar, inopinadamente, com a Ana Paula Arósio me fazendo uma expressão lânguida e aquele movimento lascivo com a linguinha. 


A caminhada da tarde, de degustação de comidas típicas da região, da qual fugiríamos sem pagar, claro, mas na qual, sei lá como, teríamos que pagar pelos petiscos, foi cancelada devido ao excesso de desistências por outros inscritos. Restou-nos então ir almoçar normalmente mesmo, uma pizza honesta pelo preço pedido. Na filial das Galerias Lafayette ali ao lado, que iniciava hoje uma liquidação a 40% do preço de etiqueta, hordas de locais se enfileiravam na frente da porta da loja aguardando sua abertura, e depois lá permaneciam, como zumbis, à espera da da reabertura para que mais uma leva pudesse entrar.



Depois, mais museus de conteúdo meio saco cheio, mas em construções interessantes, ou alcançados por caminhos interessantes. O último museu, que seria pago, tinha hoje entrada gratuita para a inauguração de uma exposição sobre Don Quichote, primeira vez da viagem em que demos a sorte de estar no lugar certo no dia certo, para variar.


E seria inexato dizer que o barato sai caro, mas o caro sai mais caro ainda. A gente reserva os quartinhos nos apartamentinhos de uns particulares, e acaba não conseguindo entrar, ou o cara desaparece, ou é num puta cu do mundo do caralho longe de tudo. E aí a gente reserva o voo baratinho da companhia aérea baratinha, e então o aeroporto é tão longe que quase dá pra ir andando dele ao novo destino, ou os horários dos voos são vastamente capciosos, como o de amanhã: 6:30, o que significa sair às 4 da madrugada do quarto, por cujo uso pela noite inteira pagamos, e escolher entre andar 25 minutos por entre a zona do baixo meretrício marselhense até a rodoviária, pra depois tomar um ônibus de 10 euros por cabeça até o aeroporto, ou chamar um famigerado Uber. 



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