19/10 - Palma de Mallorca


A vinda para Mallorca teria sido feita, originalmente, de barco. Um passeio marítimo, uma noitinha dormida dentro de uma cabine, como houve algumas na viagem passada, não teria sido ruim. Mas custava uns 150 euros, quase o preço de um voo pra Miami, então, às custas do desfrute e diversidade, optei pelo voo da Ryanair de 20 euros, mais uma noite de hotel, ainda de iniciada de madrugada. Amanhã, a saída vai ser o mesmo caminho pelas pirambeiras escuras e acostamentos, em plena madrugada, porque voo baratinho nunca é às 11 da manhã.

Tanto na ida quanto na volta pra maratona, aquele cagação de não conseguir ser admitido no ônibus muito cheio, ter que esperar mais meia hora pelo próximo ônibus cheio, e acabar perdendo a corrida. Deu pra entrar, mas naquele apertação e promiscuidade dignas da vida profissional pregressa de determinada ex-deputada...
Alguns minutos antes de sair para seus parcos 10K, Hannibal amarelou. Já vinha fazia dias reclamando de bolhas e dodóis no pé, essas coisas de gente que acha que dá pra ser feliz na vida, e hoje roeu a corda e não se animou a castigar ainda mais o seu dedinho.
Meu relógio chinês porcaria, 10 minutos depois de acionado, ainda não havia localizado o GPS, então mais uma vez não tive controle de distância à exceção de marcadores colocados muito aleatoriamente em alguns pontos. Nas estações, um serviço bem porcaria... Na maior parte delas, apenas água, em algumas poucas um isotônico, umas bananas, um saquinho de gel. Foi a maratona mais urbana de todas até aqui, 1/3 dela ziguezagueando pelo centro da cidade, na segunda volta tendo que disputar espaço nas vielas menores com os transeuntes normais.

Mas o ponto alto da corrida foi minha panturrilha, que começou a doer subitamente lá pelo quilômetro 6, e foi piorando rapidamente, a ponto de me fazer achar que eu precisaria desistir da prova. Mas, nesta vida, a única coisa de que devemos desistir é da própria vida! Era só dor, por enquanto a perna respondia e um passo ia parar na frente do outro, então decidi seguir correndo até que alguma coisa se rompesse mais gravemente e eu caísse aleijado no chão, incapaz de ficar em pé. E eu tinha que dar um exemplo de vida à Hannibal, que estava lá amarelada,  dodói da bolinha no dedinho, comprando coisas que não iam caber na mochila depois, em vez de correndo.
Com o tempo a dor foi ficando mais suportável, não sei se por ação do anti-inflamatório, ou se porque os gastrocnêmios perceberam quem é que manda aqui, e consegui completar a corrida. 4h39. Medíocre até o fim da última prega anal. Mas dado o calor e o sol na cabeça e a perna lesionada, acho que dá pra dar uma aliviada no meu desapontamento. Apesar do simpático calombo acima de minha canela, estou conseguindo andar apenas com uma dor leve. Vamos ver como vou acordar amanhã.


À tarde, desistimos de voltar pro centro da cidade só para usar a gratuidade do transporte público de dia da corrida uma última vez. Hospedado a 1 quarteirão da praia, eu não podia desperdiçar a oportunidade de molhar a bunda nas águas de Mallorca, e fazer a tradicional foto sem camisa, para deixar as leitoras (e, por que não, os leitores...) deste blog gotejantes de lascívia pela minha exuberante pança!

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